Enquanto Dallas Mavericks e Boston Celtics se preparam para a árdua disputa pela glória máxima, grande parte dos olhos também estão virados para um grupo de adolescentes, que ainda sonham em fazer parte desse grande espetáculo, que é a NBA.

Esse fenômeno se justifica pelo fato de o Draft representar uma fagulha de esperança, um sonho de cada torcedor das outras 28 franquias. Será que este é o ano que seu time acertará em cheio na escolha, e tempos melhores virão? Em 2024 a primeira rodada do Draft será realizada em 26 de junho, apenas 3 dias depois de um eventual jogo 7 da final, e a segunda rodada no dia seguinte. 

Para esses jovens, portanto, faltam algumas semanas para o grande momento. Eu devo confessar, sempre me pego imaginando o que passa pela cabeça daqueles que estão vivendo a incerteza de ouvir ou não seu nome chamado por Adam Silver, bem como daqueles que, por mais que saibam que serão draftados, devem imaginar “será que mês que vem eu estou morando em Detroit, Charlotte ou Portland?”.

No episódio 23 do nosso podcast, Jota, Matheus e eu fizemos o exercício de projetar quem acreditamos ter as maiores chances de ouvir seus nomes nas 14 primeiras escolhas. É claro que é impossível prever com precisão, dado que todos os prospectos estão passando por longos processos que avaliam minuciosamente atributos físicos, técnicos e até de personalidade. Infelizmente, nosso pequeno grupo de podcasters do Brasil infelizmente ainda não tem acesso a esses dados.

Nos baseamos, então, nas informações disponíveis até o momento a respeito dos garotos, aliado ao histórico de seleção dos front offices das equipes e as necessidades dos elencos. As escolhas aqui apresentadas, portanto, não refletem “o que nós faríamos”, e sim “o que esperamos que tal equipe faça nessa posição, considerando os jogadores disponíveis e o seu histórico”. É bom ressaltar também que, por mais que reconheçamos a alta probabilidade de troca de várias dessas escolhas, nós não consideramos essa possibilidade para montar o mock. Apresentaremos aqui as primeiras 7 escolhas projetadas, e em breve voltaremos com as escolhas 8-14 na parte 2.

1. Atlanta Hawks – Alex Sarr (Pivô, 19 anos, Perth Wildcats)

Alex Sarr é o grande favorito à escolha 1 de acordo com a maioria dos relatos, mas também não pode se dizer que seja uma escolha garantida. O Atlanta Hawks certamente está explorando todas as possibilidades para essa escolha. Enquanto os olheiros trabalham incansavelmente para definir quem é o melhor prospecto para a franquia, Landry Fields deve estar atendendo inúmeras ligações e definindo possibilidades de troca dessa escolha, assim como de outros jogadores do elenco. Várias dessas possibilidades foram discutidas NESSE TEXTO, mas não é sobre isso que vamos falar.

Por mais que o Hawks se encontre num momento de decisões, acho seguro afirmar que, caso mantenham a escolha, o prospecto mais indicado é mesmo Alex Sarr. O pivô francês é, sem dúvida alguma, o jogador com o piso mais alto dentre as possibilidades. No pior dos casos Sarr será um ótimo defensor de aro com boa mobilidade, tamanho e envergadura para também marcar o perímetro, e para não sofrer em trocas de marcação. Ofensivamente seu jogo é bastante promissor. Sarr já é efetivo como rim runner, e é um bom arremessador no aro e em meia distância, e, ao que tudo indica, será capaz de expandir sua área de ameaça também para a linha de 3 pontos.

Em termos de potencial, acredito haver a possibilidade real dele se tornar um All Star. Para que isso ocorra, naturalmente, seu jogo ofensivo tem que se desenvolver de forma expressiva, mas não há nada que indique que isso não possa ocorrer. Não é nenhuma certeza, mas Sarr tem tudo que se espera de um big moderno capaz de influenciar o jogo positivamente dos dois lados da quadra.

Seu ponto fraco, entretanto, apontado por muitos avaliadores é a falta de força e fisicalidade, que também impactam em seu jogo nos rebotes. Sarr não é um grande reboteiro, e talvez nunca o seja, mas isso é um aspecto com o qual seu futuro time pode conviver. Acredito que veremos ele jogando minutos na posição 4 nas primeiras temporadas, mas vejo a posição 5 como seu caminho de longo prazo natural na NBA.

Alex não é um jogador pronto, e muito menos um prospecto perfeito, mas é o melhor prospecto para o cenário atual do Hawks, independente de quais outros movimentos sejam feitos. Por mais intrigante que sejam ainda as possibilidades de Onyeka Okongwu, ele não é motivo para que Atlanta dispense o potencial de um prospecto como Sarr. Capela provavelmente tem seus dias contados na capital da Georgia, e não acredito que os torcedores da franquia estejam lamentando esse fato. Sobre o resto do elenco, Sarr oferece um perfil extremamente valioso, principalmente se considerando que o Hawks teve uma das piores defesas da NBA nas últimas temporadas. Ele também poderá contribuir ofensivamente, mesmo que num papel inicialmente limitado, ao lado de Trae Young e/ou Dejounte Murray.

2. Washington Wizards – Rob Dillingham (armador, 19 anos, Kentucky)

Se Alex Sarr na escolha 1 não é uma certeza, muito menos é qualquer jogador na escolha 2, principalmente se considerarmos que o Washington Wizards precisa de absolutamente tudo. Nomes como Nikola Topic e Zaccharie Risacher provavelmente são mais comuns nos mocks nessa posição, e, cá entre nós, se fosse eu a tomar a decisão, o armador sérvio seria a escolha.

Entretanto, ao analisarmos o histórico de escolhas do front office do Wizards, que hoje é liderado Michael Winger (ex assistente de Sam Presti no OKC, e ex general manager do Clippers), o perfil comumente buscado é de muito atleticismo e potencial upside, vide a escolha de Bilal Coulibaly em 2023. 

Topic não tem o perfil atlético para se enquadrar nessa categoria. Risacher, por outro lado, não tem lá o maior potencial da classe para se tornar uma estrela. Ron Holland parece a definição perfeita dessa combinação nessa classe, mas as dúvidas sobre seu arremesso, em especial, podem fazer com que Winger prefira apostar num outro jogador que, apesar da baixa estatura, é atlético à sua maneira, e tem talvez o maior star power da classe.

Trata-se de Rob Dillingham, armador de Kentucky, que possui um jogo absolutamente apaixonante com seu controle de bola de elite, que devo confessar, lembra até o jovem Kyrie Irving em Duke. Dillingham é um excepcional condutor de bola, com capacidade de atacar o aro e arremessar de qualquer lugar da quadra (44,4% de 3 pontos em 4.5 tentativas por jogo, 49% de 2 pontos e 80% de lances livres ao longo de uma temporada inteira). Também é bom passador, que sabe se aproveitar do caos que cria nas defesas ao invadir o garrafão e passar a bola para o companheiro que ficou livre. 

A dúvida em relação a Dillingham, entretanto, está na defesa. Rob não só é baixo (6”1’, ou 1,85m), como também parece bem perdido em grande parte das posses defensivas. Não é um bom sinal para as equipes da NBA o fato de que ele foi atacado como um alvo e não conseguiu se sustentar defensivamente mesmo na NCAA.

Esse é realmente o grande desafio da equipe que selecionar Rob Dillingham. Ele não será o primeiro e nem o último armador baixinho com questões defensivas a intrigar equipes da NBA. Também trata-se de um jogador que precisará ter o controle da bola para ser mais efetivo, e nem sempre é a melhor decisão em termos competitivos deixar um adolescente comandar seu ataque.

Porém, para um time sem qualquer perspectiva de disputar playoffs e que busca desesperadamente o novo rosto da franquia, não há nessa classe uma maior chance de tirar o grande prêmio na loteria do que com Rob Dillingham.

3. Houston Rockets – Reed Sheppard (armador / ala-armador, 20 anos, Kentucky)

Ninguém esperava uma escolha tão alta para o Houston Rockets. O time já encontrou vários talentos jovens em escolhas altas nos últimos drafts e já se movimentou no sentido de ser mais competitivo, de forma que adicionar grandes talentos via draft deixou de ser uma prioridade. Calhou que a escolha do Brooklyn Nets, adquirida na troca de James Harden, “subiu” para a 3, e o time que já conta com Alperen Sengun, Jalen Green, Jabari Smith, Amen Thompson, Cam Whitmore e Tari Eason tem a chance de adicionar ainda mais um jogador do topo do draft.

A verdade é que o Rockets não tem nenhuma grande deficiência no elenco que precise ser resolvida através dessa escolha. Claro que todo time pode adicionar um pouco mais de defesa e arremesso de 3, mas os talentos que a equipe já tem em desenvolvimento, aliados aos veteranos, já trouxeram uma campanha de 50% na última temporada, de forma que a escolha 3 é um luxo quase desnecessário. 

Por esse motivo não é difícil imaginar que essa escolha esteja plenamente disponível no mercado. Todos os reports dizem isso, e aparentemente a franquia de Houston quer utilizar essa escolha numa troca que consolide sua posição como uma equipe competitiva no oeste, enquanto seus prospectos ainda se desenvolvem.

Para esse exercício, no entanto, não consideramos as possibilidades de trocas, e nesse sentido, o jogador que enxergamos como escolha ideal (e quase natural) para a equipe é o companheiro de Dillingham em Kentucky, Reed Sheppard.

Tal qual Dillingham, Sheppard é baixo (pouco abaixo de 6’2”, ou 1,87m) e muito bom arremessador de 3, mas as semelhanças entre eles param por aí. Diferentemente do armador que projetamos para o Wizards, Reed é muito bom defensor apesar de seu tamanho, e tem na pressão sobre os armadores adversários a sua principal característica defensiva. Trata-se de um jogador com grande capacidade de navegar por corta-luzes e se manter na frente do seu alvo, além de uma excelente leitura para buscar roubos de bola limpos (teve incríveis 2.5 roubos de bola por partida ao longo da temporada da NCAA!).

Ofensivamente, Sheppard não é um armador propriamente dito. Não vai conduzir o ataque, chamar jogadas, tentar infiltrações tal qual seu colega. É um jogador primariamente off-ball, que saberá as melhores ações a ser tomadas para se colocar em condição de utilizar sua principal arma: o arremesso de 3. Sheppard é provavelmente o melhor arremessador da classe, tendo uma média extraordinária de 52% de acerto nesse tipo de arremesso em alto volume durante a temporada. Sem nenhuma dúvida a equipe que tiver Sheppard navegando em torno da linha dos 3 se beneficiará muito dos espaços gerados, uma vez que nenhum adversário arriscará deixá-lo livre mesmo por um segundo.

Sua maior dificuldade está justamente na sua altura. Mesmo se tratando de um bom defensor de armadores adversários, Sheppard não consegue se sustentar tendo que defender jogadores maiores e mais fortes, de forma que seu potencial defensivo seja razoavelmente limitado. Se existe uma equipe que pode lidar bem com isso, no entanto, é o Houston Rockets, que possui um forte grupo de defensores altos como alas para colocar ao seu redor (Amen Thompson, Jabari Smith e Tari Eason). Idealmente, Reed pode evoluir para se tornar um tipo de substituto de Fred Vanvleet, que não está exatamente na timeline do núcleo jovem do Rockets.

4. San Antonio Spurs – Nikola Topic (armador, 19 anos, Estrela Vermelha)

Quase qualquer fã de NBA vê na falta de um armador a principal deficiência do elenco do San Antonio Spurs. A primeira temporada de Victor Wembanyama, apesar de irretocável, poderia ter sido ainda melhor se o Spurs não tivesse tido tanta dificuldade de acioná-lo nas melhores posições, principalmente no primeiro terço de temporada. Esse foi, sem dúvidas, um sintoma direto da falta de um armador com as características certas para jogar com o pivô francês. É bom que se diga, no entanto, que San Antonio tem deficiências em todas as posições que não pivô. A franquia não entra nesse draft com a ideia de “buscar um armador”, e sim de “buscar o melhor talento disponível que funcione com Wemby”.

Segundo reports da mídia americana, os scouts do Spurs parecem bem interessados em Stephon Castle e Zacharie Risacher, mas é muito difícil ter uma noção do que é real e o que são notícias plantadas nesse mês que antecede o draft. É fato que qualquer um dos dois seria uma boa escolha nessa posição, mas poucos nomes tem tanto o perfil de Brian Wright quanto Nikola Topic.

O armador sérvio é um exímio passador, tem excelente visão de quadra e leitura de jogo, além de saber usar seu tamanho (6’6”, ou 1,98m) para infiltrar. Não há dúvidas sobre o seu encaixe com Wembanyama, e por se tratar de um jogador pouquíssimo egoísta, parece também um fit perfeito para o sistema de Gregg Popovich. Mais que isso, Topic também se enquadra no perfil que o Spurs tem buscado nos últimos drafts: jogadores muito novos e com bastante potencial, mesmo que claramente não estejam ainda prontos para a NBA. 

No caso de Topic, a grande dúvida a respeito do tamanho do seu impacto no longo prazo está no seu arremesso de 3. Topic nunca foi bom arremessador de 3 pontos, e na última temporada (que foi prejudicada por uma mudança de equipe e duas lesões no joelho), acertou apenas 30% dos arremessos dessa região (3.7 tentativas por jogo). Caso esse arremesso nunca se desenvolva seu jogo será limitado, uma vez que os defensores adversários ficarão confortáveis em lhe ceder arremessos de longa distância, preferindo cortar suas possibilidades de infiltração. 

O motivo para otimismo, entretanto, está no fato de aparentemente não haver nada irreparável na capacidade de Topic de desenvolver seu arremesso de 3. Grande indicativo disso é o seu ótimo aproveitamento da linha de lances-livres (87%).

Também não pode-se dizer que Topic seja um grande defensor, mas não há nada que indique também que ele será um alvo deste lado da quadra. É possível vislumbrar que, com seu tamanho, ele acabe ficando responsável por marcar um ala adversário mais alto e menos móvel, cuja função primordial seja de arremessar de 3, enquanto Jeremy Sochan marcaria o principal criador adversário, caso o destino do sérvio seja mesmo San Antonio.

5. Detroit Pistons – Zaccharie Risacher (ala / ala de força, 19 anos, JL Bourg)

Na nossa premissa de analisar o histórico dos GMs para prever a escolha, nenhuma equipe é mais difícil que o Detroit Pistons. Isso se deve ao fato de a franquia ter recentemente indicado uma mudança de direção, com a contratação de Trajan Longdon para o cargo de presidente de operações de basquete. A situação de Troy Weaver, mantido como General Manager, é instável para dizer o mínimo, dada a evidente insatisfação da direção com suas decisões. Dessa forma, acredito que o histórico de escolhas da franquia não necessariamente influencie a decisão a ser tomada no próximo dia 27.

A pressão por resultados melhores na franquia de Detroit já pareceu bem evidente na última offseason, quando contrataram Monty Williams com o maior contrato de um técnico na história até então. Porém, pela segunda vez consecutiva o  Pistons terminou a temporada com a pior campanha da liga, e foi punido pelas bolinhas no sorteio do draft, ficando apenas com a quinta escolha. Nesse cenário, e sem vislumbrar nesse ponto do draft um jogador com um grande potencial de estrela que seja impossível de passar, acredito que o Pistons fará uma escolha por necessidade.

Zaccharie Risacher, em teoria, representa tudo que Detroit mais precisa. Um ala alto, confortável nas posições 3 e 4, com um ótimo arremesso de 3 e grande potencial como defensor. Risacher provavelmente não será uma estrela. Não comandará um ataque e nem chamará jogadas de isolação com frequência em sua carreira, mesmo que ela seja bem sucedida. Porém, no melhor cenário possível, o ala francês se desenvolverá num tipo de jogador essencial para qualquer equipe competitiva na NBA atual.

Risacher acertou 38.5% dos seus arremessos de 3 em alto volume na liga francesa, jogando por um finalista. Mais do que isso, contou com alguns grandes jogos justamente nas finais da competição contra o poderoso Monaco, de forma a animar até os mais céticos sobre seu potencial na NBA. Não há dúvidas, ao meu ver, que Zacch será um grande arremessador, e com sua altura (6’8” ou 2,03m), isso por si só é valioso para qualquer equipe. Outro aspecto do seu jogo que parece estar se desenvolvendo é sua capacidade de atacar close-outs, quando o defensor adversário tenta se recuperar para defendê-lo no perímetro. Acho seguro dizer que, caso seja draftado por Detroit, o jovem jogador já será imediatamente o melhor arremessador da equipe, mesmo havendo ainda espaço para melhora no seu arremesso.

Além de sua evidente utilidade ofensiva, Risacher também demonstra capacidade de se tornar um grande defensor. De forma alguma é possível afirmar que ele já o seja, uma vez que ele diversas vezes é batido no drible por jogadores mais rápidos e erra leituras no sistema do JL Bourg, mas isso é esperado de um atleta de 19 anos jogando contra profissionais. Sua capacidade física, entretanto, já permite que ele se sustente em quadra principalmente defendendo jogadores mais altos. Não há por que não acreditar que, na medida em que amadurecer, Zaccharie também melhorará suas leituras e impacatrá positivamente uma defesa na NBA.

6. Charlotte Hornets – Stephon Castle (armador / ala armador, 19 anos, UConn)

O Hornets é outra equipe cujo histórico pode significar pouco para prever a escolha. O time mudou de dono há pouco menos de um ano, e a última decisão de Michael Jordan como proprietário da franquia foi justamente a polêmica seleção de Brandon Miller na segunda escolha de 2023.

A equipe da Carolina do Norte parece ter paciência em seu processo de reconstrução, e tem em seu núcleo peças jovens em quem apostam suas fichas para um futuro melhor. Lamelo Ball e Brandon Miller são intocáveis, e indubitavelmente possuem talento para se estabelecerem como grandes estrelas da liga. Mark Williams é um bom jovem pivô, que assim como Lamelo já passou por duras lesões em sua curta carreira. Não seria absurdo Charlotte buscar Donovan Clingan como uma opção a Williams, mas acredito que Stephon Castle apresente um conjunto de habilidades mais interessante para a equipe.

Castle é um prospecto em alguma medida polarizador nesse draft. Jogador essencial na conquista da NCAA por UConn, ele vinha de uma carreira colegial como uma grande promessa americana na posição de armador principal, mas teve sua função ofensiva alterada na universidade para um papel de armador secundário. A mudança, naturalmente, rendeu frutos, dada a conquista irretocável de sua equipe, coroada no último March Madness. 

A dúvida em relação a ele, entretanto, é que segundo diversos reports da mídia americana, Stephon estaria se recusando a participar de treinos com equipes que já possuem um armador principal definido, pois ele se enxerga nesse papel na NBA, o que seria o caso do Hornets. Para efeitos deste mock, entretanto, não consideramos esses reports como verdade absoluta, visto que cremos que ele teria bastante sucesso ao assumir em Charlotte um papel semelhante ao que teve em Connecticut.

Steph é brilhante em sua leitura de jogo, e é capaz de influenciar positivamente o ataque mesmo tendo um arremesso de 3 bastante questionável, para dizer o mínimo (26,7% em 2 arremessos por partida). Ele é capaz de atacar o garrafão com muita qualidade, utilizando seu controle corporal e mudanças de ritmo para quebrar a defesa, além de ser excelente passador e ter grande capacidade de pontuar em bandejas e enterradas, mesmo sofrendo contato. Um ataque comandado por ele ao lado de Lamelo Ball teria tudo para sempre encontrar bons arremessos. 

Por mais interessante que seja seu encaixe no ataque, uma eventual aposta em Castle seria primordialmente pelo seu impacto na defesa. Trata-se provavelmente do melhor defensor de perímetro da classe, com seu excelente tamanho para a posição (6’5.5”, ou 1,97m), incrível capacidade de se deslocar através de corta-luzes e ótimo tempo de bola para roubos e rebotes. É deste lado da quadra, portanto, que seu potencial encaixe ao lado de Lamelo se faz ainda mais promissor, dado que o último não é lá conhecido como um dos melhores defensores da liga.

7. Portland Trail Blazers – Ron Holland (ala, 18 anos, G League Ignite)

O histórico recente de escolhas do Blazers é semelhante ao que falamos sobre o Wizards. Atleticismo e potencial de longo prazo parecem ser as principais qualidades observadas, com jogadores muito jovens que claramente precisarão passar por um processo de desenvolvimento para atingir esse potencial. Não baseio essa análise na escolha de Scoot Henderson, pois por mais que ele se enquadre, essa também teria sido a escolha óbvia de qualquer franquia na mesma posição que o Portland em 2023. A escolha de Shaedon Sharpe em 2022, entretanto, confirma a tendência aqui apresentada.

Há muitas semelhanças entre Shaedon Sharpe e Ron Holland como prospectos. Ambos estão entre os jogadores mais jovens de seus drafts, vêm de carreiras colegiais extremamente promissoras, passaram por um último ano anterior ao draft que levantou questões a seus respeitos (Sharpe passou uma temporada em Kentucky, porém sem entrar em quadra e Holland jogou por um G League Ignite completamente disfuncional, que limitou seu sucesso). Não bastasse isso, eles têm praticamente a mesma altura (entre 1,96m e 1,98m), e caso nossa previsão se confirme, seriam escolhidos na mesma escolha número 7 do Portland TrailBlazers.

Em termos de características em quadra, é possível afirmar que ambos são alas extremamente atléticos com incrível capacidade de atacar a cesta com ou sem a bola em meia-quadra, além de serem mortais em transição. Não pode-se dizer também que qualquer um dos dois seja uma grande ameaça armando jogadas para os companheiros, mas ambos tem condições de criar o próprio arremesso.

Diferentemente de Sharpe, entretanto, há uma grande dúvida sobre o arremesso de Holland. Em seu ano de G-League o ala converteu apenas 27% das suas tentativas da linha dos 3 pontos, e isso coloca em dúvida até mesmo sua possibilidade de uma carreira longa na NBA. Mesmo com todo o atleticismo e capacidade de pontuar de outras formas (teve 19.5 pontos de média no Ignite apesar de tudo), um jogador da sua posição sem arremesso de 3 pontos e sem uma grande qualidade de armação para os companheiros dificilmente se sustentaria na liga. É bom que se diga, no entanto, que apesar de existir preocupação sobre seu arremesso, há também aqueles que sejam otimistas sobre o desenvolvimento desse fundamento, o que tornaria Holland imediatamente um dos melhores projetos dessa classe.

Defensivamente, Ron dá sinais de se tornar uma presença bastante positiva. É muito esforçado e móvel, sendo capaz de trocar a marcação para defender jogadores de diversas posições. Na posição atual da franquia do Oregon, não há por que deixar passar um jogador com tamanho potencial, mesmo que isso demore a dar frutos.

E aí, o que acharam? Comente abaixo o que vocês acharam das escolhas!
Caso tenha perguntas sobre o Draft também, adorariamos responder e continuar essa conversa!

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